o verdadeiro grande alquimista

a mesma estrada em diferentes luas e o rio nunca é o mesmo ao mergulhar e o tempo é um rio que corre e eu queria correr do tempo ou talvez voltar no tempo e quem sabe até parar o tempo

e se o tempo parasse no exato momento que eu bati meus olhos nos seus talvez quando eu batesse meus olhos as luas não se misturassem e os cenários não se repetissem mas agora tudo tem um gosto amargo um gosto de tristeza um sabor de saudade

e se essa saudade no fundo da língua não tivesse tanto desses quilômetros talvez esses quilômetros não fossem amargos com a sua imensa presença e ao mesmo tempo sua imensa falta e talvez se as luas girassem e fossem outras mas entretanto porém não há talvez; certeza é o tempo ser o verdadeiro grande alquimista e ser um rio que corre e essa estrada-rio não ser a mesma porque nada poderia ser o mesmo depois de bater meus olhos nos seus e mais ainda de bater meus olhos no breu

certeza é não perder o gosto amargo de caminho-saudade certeza é dividir-se e remendar-se certeza é que a lua girou certeza é a lua girar certeza é que eu não sou perfeita e o mundo também não é certeza é incendiar esta configuração de mundo certeza é o tempo